terça-feira, 25 de setembro de 2007

Uma escola bastante incomum( primeiro release)

Por Papoula Dias

A Escola de Livre Expansão do Pensamento (ELEPê) se formou ‘no ano 2000 da era cristã , no hemisfério sul-ocidental do planeta Terra , mais precisamente na cidade brasileira do Rio de Janeiro’ , como eles próprios me disseram .

Foi pensando nesta cidade que João Leonardo ‘o Vazio’ de Almeida (poeta e vocal) , em janeiro de 2000 , compôs a poesia intitulada ‘Moro no Caos’ e deu-a para Raphael ‘Farrah’ Sento Sé (Guitarra e vocal) que acrescentou à letra em questão melodia , harmonia e ritmo . Entusiasmados com tal composição , os dois parceiros compuseram em espaço de um mês cerca de 37 canções .

Então , juntaram-se aos amigos Flavia ‘Rock’ Couri (baixo e vocal) , Lucas ‘Luggosi’ Trindade (bateria e vocal) e Akio Idogawa (teclados) para formar a Escola de Livre Expansão do Pensamento , ocorrendo em junho deste mesmo ano seu primeiro ensaio , com duas canções iniciais ; ‘Moro no Caos’ e ‘Nem pensar (Num Domingo Fantástico)’ .

Em pouco tempo , Akio desapareceu sem deixar rastro e o conjunto ficou sem teclados . Tocaram assim poucos meses , visto que logo em dezembro conheceram Marcio ‘Maldito’ Mathiello , que assumiu definitivamente os teclados e incorporou suas composições ao repertório , que agora continha canções de todos os integrantes .Desde então (ano 2000), os cinco vêm tocando seu repertório , que tem apenas composições originais , em diversos lugares na cidade do Rio , como outras no estado do Rio de Janeiro e fora dele . Apresentações em Salvador (BA) , Curitiba (PR) , Porto Alegre (RS) e Belo Horizonte (MG) estão no currículo da banda como também outras cidades Fluminenses como Niterói e Nova Friburgo . Na capital Fluminense destacam-se , entre outras , apresentações em Universidades (UFRJ , UNI-Rio , UERJ e PUC-Rio , por exemplo) , casas noturnas (como Garage , Sobradão do Rock , Casa Amarela ) , bares diversos , teatros e locais tradicionais , como a Fundição Progresso e o Circo voador , sempre marcadas pelo fato de o som por eles produzido ser criativo em concepção e na presença forte e teatral do conjunto .Com relação à música por eles produzida , pode-se dizer que representa um bom amálgama entre melodias bonitas , riffs explosivos e letras debochadas e agressivas que falam do amor e da vida – em toda sua extensão , incluindo não só o belo e agradável como também o feio e torpe , já que a vida não é um mar de rosas – , temperado por arranjos simples , mas ricos .

Ao que se refere à performance de palco , eles próprios costumam definir como ‘Teatral , Visceral e Orgástica’ . Uma aparente caoticidade envolve a estética de palco , mas de tal maneira que tudo se encaixa num harmônico feito de emoções extremas . Uma catarse que entrelaça músicos , platéia e a música num único ser metafísico , no mais belo estilo dionisíaco . Um rock autêntico , sincero e lascivo . Uma aura de irrealidade os circunda quando estão em ação .

Quanto aos integrantes , propriamente , pode-se dizer que são no mínimo incomuns. As histórias por eles vividas por muitas vezes são mais inverossímeis do que muitas obras de ficção. Antes de tudo são amigos , companheiros, cúmplices e acima de tudo , vivem para o que fazem .

Uma jovialidade zombeteira que balança do inocente ao petulante , mais instigante do que ofensiva rodeia seus atos , suas palavras , suas histórias, gestos , como que nos convidando a abrir as portas do nosso mundo real sombrio , sangrento , para caminhar com eles por um mundo de fantasias juvenis , leves e descontraídas . Mas o mais interessante é que eles certamente caminham por um mundo louco, sem nunca deixar o mundo real ; como ter as cabeças nas nuvens e os pés no chão .

Em linhas gerais , foi o que eu pude captar em inúmeras conversas e apresentações dessa escola bastante incomum que usa guitarras ao invés de giz e tem por lema a frase ‘o Amor é Amar’.

Assim ‘fechamos o sepulcro’, como dizem eles mesmos ."

Nenhum comentário: